A autossabotagem é um processo pelo qual a pessoa deixa de atingir seus próprios objetivos devido as crenças disfuncionais que a fazem adotar comportamentos que lhe são prejudiciais. Crenças, como “não sou capaz de realizar nada” ou “não mereço ser feliz”, influenciam negativamente as emoções e as ações, resultando em dificuldades em várias áreas da vida.
Muitas vezes, o caminho que escolhemos não nos leva ao destino desejado, e mesmo após várias tentativas, os resultados insatisfatórios se repetem. Diversos fatores, como experiências passadas, influências externas e decisões impulsivas, podem contribuir para essa situação. No entanto, os nossos padrões de pensamento e comportamento também desempenham um papel crucial.
A autossabotagem ocorre quando seguimos por caminhos que contradizem nossos desejos mais profundos. Esse fenômeno, geralmente inconsciente, se sustenta nas crenças disfuncionais que nos levam a perpetuar pensamentos e ações prejudiciais. Com frequência, a pessoa tende a responsabilizar os outros pelos seus insucessos, em vez de reconhecer sua própria contribuição para esses resultados.
Independentemente da crença negativa, ela pode moldar nossas ações, pois existe a necessidade de validar essas crenças através das experiências vividas. Isso pode criar um ciclo de autoboicote que intensifica sentimentos de desânimo e desesperança, enquanto mantém o indivíduo em uma zona de conforto familiar, ainda que limitante.
Em consultório, frequentemente encontro pacientes que exemplificam essa dinâmica. Um deles dizia: “não tenho amigos”, mas sua postura era crítica e reativa, o que afastava as pessoas. Outro paciente tentava manter uma dieta, mas desistia ao pensar que “nunca conseguiria emagrecer”.
Para iniciar o processo de mudança, é essencial analisar os padrões de pensamento e comportamento diante de situações desafiadoras. Um primeiro passo é reconhecer esses erros de raciocínio, também conhecido como erros cognitivos, entendendo que a forma como pensamos e agimos pode estar em desacordo com nossos objetivos.
Para facilitar o autoconhecimento e a psicoeducação, proponho algumas reflexões:
- Quais são meus medos mais profundos?
- Qual seria a pior consequência se isso acontecesse?
- Como eu lidaria com essa situação?
- Quem poderia me apoiar nesse desafio?
- Quais benefícios poderiam surgir mesmo em meio a dificuldades?
- O que eu ganharia se tivesse coragem para enfrentar meus receios?
- O que pensaria de mim mesmo se superasse esses obstáculos?
- Qual é o meu objetivo nessa situação?
- Como desejo me sentir no futuro?
- Quais são minhas metas?
Superar crenças disfuncionais e desenvolver um maior autoconhecimento são fundamentais para libertar-se da autossabotagem. A capacidade de tolerar frustrações e persistir diante de dificuldades é vital para o crescimento pessoal.
Nossas experiências não nos definem. Muitas vezes, ficamos presos a rótulos que não refletem nossa verdadeira essência. A capacidade de adaptação e aprendizado contínuo é enorme e permite que cada um de nós se transforme.
A autossabotagem não é fruto da ação de outros; é um ato contra si mesmo.
Se você está com dificuldades de lidar com sua autossabotagem, entre em contato e agende uma avaliação.