Os ataques de pânico são episódios de ansiedade repentinos onde a pessoa sente um medo intenso e irracional e que geralmente pode durar de alguns minutos a algumas horas. O pânico costuma aparecer sem nenhum motivo aparente e geralmente pode ter como “gatilho” diferentes fatores, conforme veremos a seguir.
Os sentimentos mais comuns no ataque de pânico são medo de perder o controle ou “enlouquecer”, medo de passar mal, de ter um ataque cardíaco ou o medo de morrer. Esses sentimentos costumam vir associados com sintomas físicos intensos como a sensação de falta de ar ou sufocamento, sudorese, tremores ou abalos, sensação de tontura, vertigem ou desmaio, náuseas ou desconforto abdominal, Calafrios ou ondas de calor, sensações de formigamento, taquicardia, dor de cabeça, etc.
É muito comum que após o primeiro ataque de pânico, as pessoas entrem em um ciclo de preocupação persistente com possiveis novos ataques e tambem passem a evitar atividades ou situações sociais para que esses ataques não voltem a ocorrer. Isso acontece porque a pessoa passa a associar as sensações corporais às circunstâncias em que o ataque de pânico ocorreu, evitando assim os locais e situações nos quais ele já aconteceu. Por exemplo: A pessoa que teve um ataque de pânico no transporte público como ônibus ou metrô, começa a evitar esses meios de transporte por medo de ter outro ataque.
O ataque de pânico geralmente começa como um mal-estar crescente, seguido de ansiedade e de uma inquietação física sem nenhum motivo aparente. Embora os ataques de pânico sejam de curta duração, eles são tão intensos que as pessoas que passam pela experiencia de um ataque de pânico acreditam entre o início e o fim do ataque se passaram horas e não apenas alguns minutos. Quando esses ataques passam a ser recorrentes por mais de um mês, a preocupação com os ataques vira constante e a evitação de locais ou atividades para prevenir o ataque passa a ser comum, a pessoa pode estar diante de um quadro de transtorno de pânico tambem conhecido como síndrome do pânico.
É muito comum que os ataques de pânico ocorram inicialmente entre o final da adolescência e o início da vida adulta por inúmeros motivos como a separação familiar ou o início da autonomia pessoal (onde a pessoa tem que assumir o controle da própria vida).
O que causa ataques de pânico?
Não existe uma lista com todos os gatilhos que desencadeiam os ataques de pânico, afinal, eles dependem das características de cada indivíduo ou de cada situação. Contudo, as causas mais comuns são:
Pensamentos negativos constantes, autoestima rebaixada, crenças disfuncionais sobre algo, emoções reprimidas, dúvidas constantes, falta de autoconfiança, etc.
Também existem outros fatores que podem contribuir para esse quadro, como:
- Predisposição genética: Além de fatores genéticos, deve ser levado em conta os fatores ambientais (referentes a criação) como medos aprendidos com os pais, pais controladores, traumas de infância, etc.
- Causas biológicas: Aqui estão relacionados fatores como ansiedade generalizada, estresse, transtorno obsessivo-compulsivo, hipertireoidismo, deficiência de vitamina B, hipoglicemia, estresse pós-traumático, etc.
- Fobias específicas: De aranhas, espaços fechados, aviões, elevadores, ou pessoas, etc. Esses “medos a curto prazo” se não forem tratados, podem piorar.
- Substâncias: Existem algumas substancias como medicamentos antidepressivos e estimulantes como cafeína que também podem causar ataques de pânico.
- Síndrome de abstinência: Os ataques de pânico podem ser um sintoma de abstinência quando você deixa de consumir um determinado tipo de substância, legal ou ilegal (álcool, drogas, tabaco, drogas, etc.).
Como lidar com ataques de pânico?
Se você percebeu que tem ataques de pânico ou mesmo a síndrome do pânico, é muito importante aprender a lidar com os sintomas. Para isso, é preciso ter paciência para que você possa enfrentar o medo em vez de evitá-lo.
Essas são dicas de ouro para lidar com os ataques de pânico:
1 – Respire devagar. Fazer exercício de respiração no momento do ataque de pânico é fundamental para nos acalmarmos. O vídeo a seguir ajuda bastante a controlar os ataques de pânico:
2 – Ao invés de ficar prestando atenção nos sintomas e pensando que você está ficando cada vez pior, tente distrair seus pensamentos negativos, coloque uma música e cante, assista um vídeo, imagine o que você faria com o prêmio da loteria, brinque com o seu pet ou faça qualquer coisa que te ajude a não prestar atenção aos seus pensamentos.
3 – Lembre-se que seus sentimentos são apenas um exagero sobre o que está acontecendo (ou sobre o que você pensa que pode acontecer).
4 – O ataque de pânico é apenas um momento desagradável. Nada de ruim acontecerá, ninguém morre ou enlouquece durante uma crise. Pense que está tudo bem, que isso é apenas um momento de ansiedade e que tudo ficará bem em alguns minutos.
5 – Continue respirando devagar e espere, deixe esse medo passar, não brigue, aceite.
6 – Lembre-se que quando você para de pensar em coisas ruins ou preocupantes, o medo desaparece.
7 – Enfrente principalmente o medo ao invés de fugir dele, esta é uma grande oportunidade para progredir.
8 -Olhe ao seu redor assim que se sentir melhor e veja que está tudo bem.
9 – Comece a se mover devagar quando estiver pronto e tente voltar a sua rotina.
Se você sente muita dificuldade em lidar com a ansiedade e com os ataques de pânico, considere procurar um psicólogo.