A esquizofrenia é uma condição psiquiátrica de origem endógena, resultante de fatores internos do organismo, caracterizada por alucinações visuais e auditivas, juntamente com um padrão de isolamento. A palavra ‘esquizofrenia’ deriva de ‘esquizo’ e ‘frenia’, traduzidas como ‘dividir’ e ‘mente’, refletindo a natureza do transtorno, em que a realidade da vida cotidiana se divide entre delírios e alucinações.
Entender como a esquizofrenia se desenvolve e qual é o seu método de tratamento são aspectos fundamentais que exploraremos a seguir. Continue a leitura para aprofundar seu conhecimento sobre esse tema.
Sintomas da esquizofrenia.
Os sintomas associados à esquizofrenia se dividem em duas categorias distintas: negativos e produtivos. Inicialmente, os sintomas negativos se manifestam, caracterizados pela apatia e pela incapacidade de levar uma vida convencional. O indivíduo negligencia a própria higiene, parece desprovido de emoções e desconectado da realidade, muitas vezes perdendo-se em pensamentos distantes.
Posteriormente, surgem os sintomas produtivos, que incluem delírios, alucinações, pensamentos desorganizados expressos na fala e comportamento motor anormal. É frequente que os pacientes com esquizofrenia ouçam vozes, acreditem estar sendo perseguidos ou conspirados contra. Uma característica marcante é a falta de percepção da falta de lógica em suas experiências, resistindo a qualquer explicação contrária à sua realidade percebida.
O desenvolvimento dessa condição pode se estender por anos, inicialmente marcado por ansiedade e tensão devido à falta de compreensão do que está ocorrendo. Os principais sintomas da esquizofrenia incluem:
- Sintomas negativos: Isolamento, negligência com a higiene pessoal e dificuldade de expressão.
- Delírios: Sensação de perseguição por desconhecidos, traição por pessoas próximas, ou crenças em divindade, especialidade ou poderes mágicos.
- Alucinações: Vivências visuais e auditivas vívidas e convincentes para o indivíduo.
- Confusão ou desorganização mental: Expressão de ideias e falas sem sentido ou conexão.
- Problemas de concentração e memória: Dificuldade de memorização e atenção.
- Distúrbios psicomotores: Movimentos repetitivos, involuntários ou catatonismo.
- Comportamento: Surto, agressividade, agitação e, em alguns casos, ideação suicida.
Os tipos de esquizofrenia.
A esquizofrenia, embora frequentemente mencionada no singular, pode se manifestar em diversos tipos distintos. Aqui estão os principais:
- Esquizofrenia Paranoide: Caracterizada por alucinações, delírios, agressividade e a sensação de perseguição ou a crença de possuir superpoderes. Apresenta agitação, podendo incluir tendências a comportamentos violentos.
- Esquizofrenia Hebefrênica ou Desorganizada: Marcada por falas desconexas e inadequadas ao contexto, além de sintomas semelhantes à depressão, como isolamento social, desinteresse e apatia. Dificuldade na realização de tarefas diárias também é comum.
- Esquizofrenia Catatônica: Caracterizada pela presença proeminente de catatonismo, evidenciado pela dificuldade de controle sobre os movimentos. Pode incluir períodos de imobilidade, olhar vago, agitação, gestos repetitivos e frases desconexas.
- Esquizofrenia Residual: Surge quando uma pessoa já foi diagnosticada, tratada, mas alguns sintomas persistem. Nesse caso, o indivíduo pode enfrentar dificuldades na expressão, manifestação de emoções, raciocínio lento, cuidado pessoal deficiente e propensão ao isolamento.
- Esquizofrenia Simples: Caracterizada por uma propensão ao isolamento, dificuldades nas relações interpessoais e desinteresse pela realidade circundante. A pessoa torna-se indiferente aos acontecimentos ao seu redor.
É importante observar que a esquizofrenia geralmente se manifesta mais cedo em homens, por volta do início dos 20 anos, enquanto nas mulheres ocorre no final dos 20. Raramente, a doença é diagnosticada em crianças ou em indivíduos com mais de 40 anos.
Como é realizado o diagnóstico da esquizofrenia?
O diagnóstico da esquizofrenia envolve a exclusão de outras doenças ou abuso de substâncias que possam apresentar sintomas semelhantes. Esse processo abrange exames físicos, testes toxicológicos, bioquímicos, de imagem e uma avaliação psiquiátrica abrangente.
O que causa a esquizofrenia?
Quanto às causas da esquizofrenia, não há uma única resposta definitiva. A predisposição genética desempenha um papel crucial, pois indivíduos com um parente de primeiro grau afetado têm uma probabilidade de 13% de desenvolver a doença. Além disso, fatores ambientais também estão envolvidos, embora ainda não esteja claro em que medida.
Diversos fatores aumentam os riscos, tais como:
- Histórico Familiar e Hereditariedade: A presença de parentesco em primeiro grau com um indivíduo diagnosticado amplia significativamente as chances de desenvolvimento da esquizofrenia.
- Inflamações ou Doenças Autoimunes: Disfunções como essas, por afetarem o sistema endógeno, podem estar relacionadas à esquizofrenia.
- Fatores Neuroquímicos e Drogas: Desordens nos equilíbrios químicos cerebrais, incluindo neurotransmissores como dopamina e glutamato, constituem fatores de risco, assim como o uso frequente de drogas psicoativas.
- Complicações na Gravidez e no Nascimento: Problemas durante a gestação ou o parto, comuns a diversas condições, podem aumentar a propensão à esquizofrenia.
Embora a causa específica da esquizofrenia permaneça desconhecida, a interação complexa de fatores genéticos, cerebrais e ambientais é reconhecida como desencadeadora da doença.
A esquizofrenia tem cura?
Embora a esquizofrenia não tenha uma cura definitiva, ela pode ser gerenciada com tratamento adequado, proporcionando ao paciente a oportunidade de levar uma vida normal e manter sua integração social. A eficácia do tratamento é substancialmente maior quando iniciado precocemente, reduzindo o risco de danos mais graves à personalidade.
O tratamento é contínuo ao longo da vida do paciente, podendo incluir, em alguns casos, a necessidade de hospitalização. Além disso, é crucial envolver a família no processo terapêutico, não apenas para reduzir o estigma associado à doença, mas também para aprimorar a eficácia do tratamento.
Os tratamentos disponíveis para esquizofrenia.
Para lidar com a esquizofrenia, é comum empregar uma abordagem integrada que envolve medicamentos e psicoterapia. Os antipsicóticos e neurolépticos são fundamentais no tratamento medicamentoso, proporcionando controle sobre surtos e estabilização a curto e médio prazo, aliviando os sintomas agudos do transtorno.
Além disso, a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) desempenha um papel significativo. Essa abordagem terapêutica não apenas auxilia na ressignificação dos pensamentos, mas também apoia o paciente na reconstrução de sua vida e rotina. O objetivo é permitir que o indivíduo viva de maneira normal, distanciando-se do sofrimento emocional associado a esse quadro.
Dica: Documentário Estamira