É carnaval… Permita-se, mas evite os excessos!
O carnaval chegou! Mas antes dele tomar conta do Brasil, nós vivemos preocupados com nossa vida profissional e financeira, com os filhos, com os relacionamentos, dentre tantas outras responsabilidades e problemas do nosso dia a dia. Na maior parte do ano, nossos pensamentos trabalham de forma funcional, buscando alinhar nossos comportamentos aos desafios do cotidiano. Entretanto, é nessa época de folia, em que a nossa avaliação cognitiva e nossa autocensura é alterada e nós passamos a nos permitir viver e nos comportar de maneira mais livre.
É justamente no Carnaval que determinados comportamentos parecem ser menos “mal vistos” pela sociedade em geral, ou seja, é como se todas as coisas que não nos permitimos durante o ano, passassem a ser liberadas no carnaval, pois as críticas e a severidade da opinião alheia, dão espaço para a alegria, a brincadeira e a sensualidade que toma conta do país nessa época.
Do ponto de vista psicológico, com a individualidade protegida das críticas e julgamentos, a fantasia nos liberta e nos permite interagir de forma livre e despreocupada. As pessoas se sentem autorizadas a ousar, porque é Carnaval. As diferenças e preconceitos são minimizados e, justamente por isso, essa é uma festa conhecida por ser democrática. O Carnaval é um momento que todos aproveitam e interagem independente da cor, do sexo, do país ou da classe social.
Melindrosas, piratas, chapolins, baianas, unicórnios e tudo o que a imaginação quiser pode virar realidade por alguns dias e nos levar pelo clima “dionísico”. De alguma maneira, até quem não entra no clima, acaba sendo afetado pela época. Seja por conta dos preços que sobem, das ruas que fecham para dar espaço aos bloquinhos ou dos dias de descanso, que permitem uma quebra da rotina.
Assim como em vários outros dias, é importante que os excessos sejam evitados. Perder totalmente o controle traz consequências e, nem sempre, elas são agradáveis. Lembrem-se: o Carnaval é uma época em que a rigidez das regras sociais se tornam mais flexíveis, mas elas não deixam de existir.
Psicologicamente, não há uma regra que determina os efeitos positivos ou negativos, que o carnaval exerce sobre nós. Considerando a possibilidade de sair da rotina, descansar, dançar e nos divertir, todas essas atividades liberam substâncias em nosso cérebro que nos dão uma sensação de bem-estar. Todavia, é importante lembrar que nem todas as pessoas gostam de locais cheios, com música alta e gente fantasiada. O grande desafio nisso tudo é, talvez, descobrir a melhor maneira de aproveitar a data e conseguir extrair boas sensações, produzindo um efeito saudável ao nosso organismo.
Se você é do time Carnavalesco, permita-se experienciar as sensações que a época lhe desperta. Viva de forma livre, preocupando-se apenas em se respeitar e, também, respeitar as outras pessoas que também estão aproveitando a data como você. Agora, se você não faz parte do time da festança, não se sinta excluído. Há tantos outros que, assim como você, preferem a calmaria e a tranquilidade do lar pra ver um filme ou de alguma praia. A única coisa que você não deve fazer é se obrigar a “farrear”, unicamente para se sentir como os demais. Aproveite a energia do Carnaval para descobrir a forma que melhor fará você se sentir bem. Não há certo ou errado e, se existisse, nossa única regra deveria ser nos fazer bem.
Sobre os autores:
Alex Valério é psicólogo comportamental contextual (CRP 06/134435). Especialista em Terapia Comportamental pela Universidade de São Paulo (USP). Realiza atendimento clínico para adolescentes e adultos. Está localizado no bairro da Bela Vista, em São Paulo, próximo ao Metrô Trianon Masp. Possui interesse em música brasileira, poesia, literatura, cinema e tecnologia. E-mail: [email protected] ou WhatsApp: (11) 95215-1032. Instagram: /minutoterapia
Paulo Alencar é psicólogo Cognitivo Comportamental (CRP 06/137862), tem Formação em Terapia Comportamental Cognitiva em Saúde Mental, pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). É pós-graduado em Terapia Cognitivo Comportamental pelo ITC – Instituto de Terapia Cognitiva. Realiza atendimento clínico presencial e online para adolescentes, adultos, idosos e LGBTQIA+. Possui interesse em música brasileira / flashback, cinema, parques, esportes radicais e tecnologia. E-mail: [email protected] ou Whatsapp (11) 99735-1268, Instagram: /psicologopauloalencar