A angustia pela não conquista dos seus objetivos.

Quantas vezes esse pensamento de “Eu não cheguei onde eu quero estar” invade sua mente? Você também sente que muitos dos seus sonhos e objetivos pessoais ainda não foram realizados? Muitas pessoas carregam consigo a ansiedade de não conquistar os seus objetivos de vida.

Isso se manifesta como uma sensação de falha quando pensamos sobre a ideia de sucesso e satisfação pessoal que nem sempre se concretizam ao nos tornarmos adultos. Além disso, a sociedade e as pressões econômicas muitas vezes retardam o alcance dos nossos objetivos pessoais e a busca pela independência.

Encontrar um emprego estável ou ter recursos financeiros para comprar uma casa própria não é uma tarefa fácil. Essa persistente frustração muitas vezes se transforma em uma angustia psicológica com a qual você pode se identificar. Se for o caso, convidamos você a continuar lendo para aprofundar esse assunto.

A angustia pela não conquista dos seus objetivos refere-se à pressão psicológica que as pessoas experimentam quando percebem que muitas de suas expectativas e objetivos de vida ainda não foram alcançados. Essa angustia está diretamente relacionada à importância das próprias expectativas na realização pessoal, no bem-estar e na felicidade. Quando essas expectativas não são cumpridas, nós podemos começar a sentir essa angustia e consequentemente a ter quadros de ansiedade.

Só para ficar claro, caro leitor, a angústia é um sofrimento relacionado ao presente, nesse contexto, por não termos conquistados nossos objetivos no hoje. Já a ansiedade é uma preocupação exagerada que causa sofrimento em relação ao futuro ou com relação às nossas conquistas futuras.

Um estudo publicado na revista Cognition & Emotion destaca que não alcançar nossos objetivos causa mais sofrimento do que alcançar e depois se decepcionar. Por exemplo, se almejamos um emprego estável, se conseguirmos, mas ele não corresponder às nossas expectativas, a dor não será tão intensa quanto nunca ter tido a oportunidade de alcançá-lo.

É importante ressaltar que a angustia pela não conquista dos seus objetivos não é considerada uma doença clínica específica e não é listada como um transtorno no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5). No entanto, trata-se de uma realidade psicológica que causa desconforto e quadros de ansiedade crescente nas pessoas. Vamos analisar como essa ansiedade se manifesta.

Sintomas da angustia pela não conquista dos seus objetivos.

Os sintomas da angustia podem variar de pessoa para pessoa, mas podem incluir sentimentos de frustração, inadequação, autoexigência excessiva, preocupação constante com o futuro, comparação com os outros, baixa autoestima e desmotivação. Esses sintomas podem se manifestar tanto de forma sutil e constante como em momentos de crise, desencadeando sentimentos de ansiedade intensa.

Quanto aos gatilhos dessa angustia, eles podem ser diversos e pessoais. Algumas pessoas podem ser influenciadas por pressões sociais, como expectativas familiares, comparação com amigos ou modelos de sucesso das redes sociais. Outros gatilhos podem incluir eventos marcantes na vida, como transições de carreira, relacionamentos ou a chegada a uma idade específica gerando, além da ansiedade a famosa tristeza de aniversário.

É importante lembrar que cada pessoa tem sua própria jornada e seu próprio ritmo de conquistas. A angustia pela não conquista dos seus objetivos é uma experiência comum, mas é fundamental desenvolver uma perspectiva mais realista, aceitar as imperfeições e valorizar as conquistas já alcançadas. Se essa angustia estiver causando um impacto significativo na vida diária e no bem-estar emocional, buscar o apoio de um psicólogo pode ser útil para lidar com essa questão.

A angustia pela não conquista dos seus objetivos principalmente observada em millennials e na geração Z, possui características específicas que podem impactar significativamente o bem-estar emocional. Alguns dos sintomas e percepções comumente associados a essa angustia são:

  1. Autoestima rebaixada: Sentimentos de desvalorização e falta de confiança em si mesmo.
  2. Sensação de fracasso vital: A percepção de não ter conquistado os próprios objetivos esperados na vida.
  3. Diálogo interno crítico e autodestrutivo: Pensamentos negativos e autocríticos que reforçam a sensação de insuficiência.
  4. Enfraquecimento e distorção do autoconceito: Uma visão distorcida e negativa de si mesmo, afetando a autoimagem.
  5. Desesperança e crença de que os próprios objetivos nunca serão alcançados: Sentimentos de desânimo e a sensação de que os objetivos almejados estão fora de alcance.
  6. Sentimento de julgamento por parte dos outros e da sociedade: Percepção de que as pessoas ao redor estão julgando o seu suposto fracasso.
  7. Comparação social: Comparação das próprias conquistas e estilo de vida com os de outras pessoas, especialmente influenciado pela exposição nas redes sociais.
  8. Ruminação de pensamentos negativos: Pensamentos recorrentes relacionados à sensação de não ter alcançado os próprios objetivos decepcionando a si mesmo ou à família, e a percepção de que os outros alcançaram mais sucesso.
  9. Sintomas físicos: Sintomas físicos comuns da ansiedade, como cansaço, tensão muscular, dores de cabeça, taquicardia, distúrbios digestivos, problemas de sono e alterações na dieta.

É importante destacar que, quando esse tipo de angustia persiste por um longo período de tempo e a sensação de desesperança se mantém, existe o risco de desenvolver outros transtornos, como a comorbidade entre ansiedade e depressão, como relatado pela Universidade de Wisconsin-Madison em seus estudos.

É fundamental buscar apoio adequado caso a angustia pela não conquista dos seus objetivos esteja afetando negativamente a qualidade de vida e o bem-estar emocional. Um profissional de saúde mental pode ajudar a desenvolver estratégias para lidar com essa ansiedade, promover a autocompaixão e estabelecer expectativas realistas.

A angustia pela não conquista dos seus objetivos tem sua origem em diferentes fatores que estão presentes no contexto social e cultural em que vivemos. Alguns desses aspectos incluem:

  1. Pressões externas: Críticas e expectativas da sociedade em relação a ter um emprego estável, um relacionamento estável, casar, ter filhos, entre outros marcos da vida. Essas pressões atuam como condicionantes e podem gerar angustia quando não são alcançadas.
  2. Autoexigência: A autocrítica e a pressão interna de que já deveríamos ter alcançado certos objetivos dentro de determinado prazo. A ideia de que deveríamos estar em um determinado ponto da vida pode contribuir para a angustia.
  3. Narrativas sociais e familiares: A internalização das narrativas e expectativas transmitidas pela família e sociedade sobre o que é considerado sucesso e realização em cada fase da vida. Quando essas expectativas não são cumpridas, pode haver uma sensação de dissonância e sofrimento.
  4. Impacto das redes sociais: A exposição constante a uma vitrine digital onde as pessoas tendem a mostrar apenas as versões mais brilhantes e bem-sucedidas de si mesmas. Ao comparar-se com os outros nas redes sociais, pode-se desenvolver a percepção de que todos estão mais bem-sucedidos e felizes, o que afeta negativamente a saúde mental.
  5. Comparação social: A tendência de nos compararmos com os outros e com os padrões sociais estabelecidos. Quando não conseguimos atender a esses padrões, pode surgir a angústia e a sensação de estar aquém, alimentando a nossa ansiedade.

Esses fatores em conjunto contribuem para a origem da angustia pela não conquista dos seus objetivos. É importante reconhecer essas influências externas e internas e buscar desenvolver uma perspectiva mais realista, priorizando o autocuidado, a autocompaixão e a definição de metas pessoais alinhadas às nossas próprias necessidades e desejos.

Existem diversas estratégias que podem ajudar a gerenciar essa angustia. Aqui estão algumas considerações importantes:

  1. Tire um tempo para descansar: A angustia e a ansiedade excessiva pode prejudicar a clareza mental. Reserve alguns dias para descansar e desconectar-se das pressões sociais e tecnológicas. Ter momentos de solidão pode ser útil para refletir sobre suas ideias e emoções.
  2. Reformule suas metas: Considere revisar e reformular suas metas pessoais. Isso permitirá acionar um novo sentido de motivação e entusiasmo. Esteja aberto(a) a ajustar suas expectativas e explorar novas possibilidades.
  3. Faça mudanças na sua vida: Às vezes, uma pequena mudança na rotina pode trazer novos estímulos e incentivos. Pense em incorporar novas atividades, explorar novos hobbies ou estabelecer metas alcançáveis e realistas.
  4. Ganhe perspectiva: Lembre-se de que não ter alcançado certos feitos não significa que você seja um fracasso. Olhe para sua vida em uma perspectiva mais ampla e reconheça suas conquistas e sucessos em outras áreas. É importante valorizar o progresso feito e o crescimento pessoal que você já alcançou.
  5. Pratique a autocompaixão: Seja gentil consigo mesmo(a) e evite o autodiálogo crítico e autodestrutivo. Reconheça que todos têm seu próprio ritmo e caminho na vida, e que é normal enfrentar desafios e obstáculos ao longo do caminho.
  6. Busque apoio: Considere buscar apoio de um profissional de saúde mental, como um psicólogo. Ele pode ajudar a explorar mais profundamente suas preocupações e desenvolver estratégias específicas para lidar com a ansiedade pela não conquista dos seus objetivos.

Lembre-se de que cada pessoa é única e pode encontrar estratégias que funcionem melhor para si. Experimente diferentes abordagens e encontre aquelas que melhor se adequam às suas necessidades e valores pessoais. O importante é cuidar da sua saúde mental e bem-estar enquanto trabalha para alcançar seus objetivos de maneira saudável e realista.

Praticar a autocompaixão é fundamental para lidar com a angustia. Aqui estão algumas sugestões adicionais:

  1. Mude seu diálogo interno: Pare de se criticar e se desvalorizar. Trate-se com a mesma gentileza e respeito que você trataria um amigo querido. Desenvolva um diálogo interno mais positivo, compreensivo e afetuoso.
  2. Reflita sobre a importância dos objetivos não alcançados: Questione se os objetivos que você ainda não alcançou são realmente essenciais para a sua felicidade. Muitas vezes, esses objetivos são impostos pela sociedade ou pela família. Avalie se é possível substituir esses objetivos por outros que sejam mais alinhados aos seus valores e desejos atuais. Por exemplo, talvez viajar e levar uma vida mais nômade sejam mais motivadores para você do que ter uma casa própria neste momento.
  3. Busque apoio social: Compartilhe suas preocupações e sentimentos com pessoas de confiança, como amigos próximos, familiares ou um psicólogo. O apoio social pode fornecer uma perspectiva diferente, encorajamento e suporte emocional.

Lembrando que cada pessoa é única, é importante encontrar estratégias que funcionem melhor para você. Experimente diferentes abordagens e descubra o que ressoa mais com suas necessidades e valores pessoais. Se necessário, não hesite em buscar ajuda profissional para obter orientação e apoio adicionais.

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