O que é distimia?

Distimia, também conhecida como transtorno depressivo persistente, é uma condição caracterizada pelo mau humor crônico. Essa condição pode surgir já na infância ou adolescência e persistir por longos períodos, chegando a anos ou até décadas. Por essa razão, os indivíduos que sofrem de distimia têm dificuldade em reconhecer seus próprios sintomas.

Esses sintomas tornam-se parte do cotidiano deles e, muitas vezes, são interpretados como traços de personalidade, fazendo com que não desconfiem que possam estar enfrentando um problema de saúde mental. Consequentemente, são frequentemente conhecidos como “a pessoa difícil” em seus círculos familiares, de trabalho ou de amigos.

Embora os sintomas da distimia não sejam tão intensos quanto os do transtorno depressivo clássico, eles ainda têm um impacto significativo na vida dessas pessoas, impedindo-as de aproveitar a vida da melhor maneira possível.

Indivíduos com distimia podem enfrentar dificuldades em seu desempenho profissional, ter relacionamentos complicados e oscilações frequentes na autoestima. Eles podem lidar com um sentimento constante de inferioridade, acreditando serem inadequados, incompetentes e incapazes de receber amor. A falta de compreensão por parte dos outros também pode fazer com que se sintam incompreendidos.

Consequentemente, vivem sob a influência constante de pensamentos e emoções negativas, o que dificulta a busca por motivação e energia para cultivar um estilo de vida saudável e uma mentalidade mais positiva. Conviver com essa condição é, sem dúvida, um desafio.

Diferença entre distimia e depressão.

A distimia é frequentemente associada à depressão devido a ser uma forma crônica e silenciosa dessa condição. Diferentemente da depressão mais evidente, os sintomas da distimia podem ser sutis, tornando-os mais difíceis de reconhecer. Enquanto uma pessoa com depressão apresenta sinais notáveis de tristeza e desânimo, a pessoa distímica pode aparentar estar bem superficialmente. No entanto, por trás desse aparente bem-estar, ela carrega um mal humor constante.

Enquanto uma pessoa depressiva pode enfrentar dificuldade em sair da cama e sentir desânimo ao cumprir suas tarefas diárias, sem esperança de sentir realização ou prazer, a pessoa distímica pode parecer mais funcional, embora também experimente a falta de sentido e satisfação em suas atividades.

Essa condição silenciosa pode atrapalhar várias áreas da vida da pessoa distímica, podendo interferir em seus relacionamentos, trabalho, estudos e bem-estar emocional geral. Infelizmente, devido aos sintomas sutis, é comum que a pessoa distímica não receba a devida atenção e apoio que merece.

Sintomas da distimia.

Os sintomas desse transtorno são observados quando eles persistem por, pelo menos, dois anos, e durante esse período, a pessoa distímica não pode ter ficado dois meses seguidos sem apresentar sintomas. Em crianças e adolescentes, a irritação é mais aparente que os sentimentos de tristeza, como ocorre com os adultos, e a duração mínima dos sintomas é de um ano.

Alguns dos sintomas característicos da distimia incluem:

  1. Mau humor constante, marcado por irritabilidade, impaciência, desânimo e tristeza.
  2. Variações no apetite, podendo haver redução ou aumento.
  3. Dificuldades para dormir (insônia).
  4. Baixa energia e falta de motivação.
  5. Autoestima rebaixada, com sentimentos de inferioridade.
  6. Desatenção e dificuldade em se concentrar.
  7. Dificuldade para tomar decisões.
  8. Sentimentos de desesperança e pessimismo em relação ao futuro.
  9. Crises de choro frequentes.
  10. Desinteresse generalizado pela vida e atividades anteriormente prazerosas.
  11. Dificuldade para manter contato com amigos e relacionamentos sociais.

Devido à intensidade menos acentuada dos sintomas, as pessoas com distimia geralmente conseguem realizar suas atividades diárias, embora possam fazê-las sem muito interesse ou dedicação. Elas levam uma vida funcional, porém menos satisfatória.

É comum que essas pessoas relatem ao psicólogo que “sempre foram assim” ou “nunca tiveram muita paciência”, pois acabaram se acostumando com a presença contínua dos sintomas em suas vidas cotidianas, especialmente quando o quadro se inicia de forma precoce.

Tratamento para distimia.

O estado de humor irritado, impaciente e triste não é o estado emocional “normal” dos seres humanos em seu dia a dia. Embora a vida possa ter desafios e momentos difíceis, é possível encontrar razões para ser feliz na maior parte do tempo e manter um humor positivo. Quando a perspectiva de felicidade parece desaparecer e você sente que está apenas se arrastando pelos dias cumprindo obrigações, é um sinal importante de que algo pode estar errado.

Nesse contexto, é fundamental buscar a ajuda adequada de um psicólogo e de um médico. É importante considerar que algumas patologias físicas também podem afetar o humor e a energia, por isso é recomendado consultar um médico para investigar se está tudo bem com sua saúde física antes de se concentrar na saúde mental.

A distimia merece atenção especial, pois pode evoluir para uma forma mais grave de depressão e diminuir ainda mais a qualidade de vida. O tratamento adequado é essencial para ajudar a pessoa a lidar com essa condição e evitar complicações futuras.

A psicoterapia, especialmente a Terapia Cognitivo Comportamental (TCC), é uma abordagem muito eficaz no tratamento da distimia. Por meio da TCC, as pessoas distímicas podem identificar as circunstâncias que desencadeiam seu mau humor e aprender respostas emocionais mais adequadas a essas situações.

A terapia também auxilia os pacientes a modificar padrões comportamentais negativos ao identificar os padrões de pensamento disfuncionais.

É importante ressaltar que cada indivíduo é único e a duração do tratamento pode variar de pessoa para pessoa. Alguns podem apresentar respostas positivas mais rapidamente, enquanto outros podem precisar de um acompanhamento mais prolongado.

Em alguns casos, o tratamento medicamentoso também pode ser recomendado para controlar os sintomas e complementar o tratamento psicoterapêutico.

Se você ou alguém que conhece se identifica com essas características, é fundamental buscar ajuda profissional. Um psicólogo especializado pode auxiliar no diagnóstico correto e oferecer o suporte necessário para lidar com a distimia e seus efeitos na vida cotidiana. A terapia pode proporcionar estratégias eficazes para enfrentar essa condição, melhorar o bem-estar emocional e promover uma vida mais gratificante. Lembre-se de que você não está sozinho nessa jornada e que a busca por ajuda é um passo importante para uma vida mais equilibrada e saudável.

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